quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cerca de 80% das adolescentes não se sentem seguras online, revela pesquisa


Em pesquisa realizada em todo o Brasil, cerca de 80% das adolescentes entrevistadas declararam se sentir inseguras no ambiente online, apesar de afirmarem conhecer as ameaças. E apenas um terço delas sabe como denunciar uma situação de perigo online. O levantamento, realizado no país pela CPP Brasil (Parceria para a Proteção da Criança e do Adolescente), faz parte da publicação internacional da ONG Plan “Fronteiras Digitais e Urbanas: Meninas em um ambiente em transformação” (“Digital and Urban Frontiers: Girls in a Changing Landscape”), lançada nesta quarta-feira em São Paulo. O documento internacional traz um retrato de como as tecnologias de comunicação e informação (TICs) têm impactado a vida de meninas em todo o mundo, bem como os riscos a que elas se expõem com a exploração dessas inovações. A pesquisa mostrou que o uso das TICs está crescendo muito rapidamente, particularmente entre os jovens de 15 a 17 anos. Entre eles, durante o período de 2005 a 2008, houve o maior aumento percentual de todos os setores da população, de 33,7 para 62,9%. A maioria das meninas nesta pesquisa possuía telefones celulares (86%) e usava a internet (82%). Pouco mais de um quarto delas declarou que estava “sempre online”. Entre as meninas que tinham acesso a um computador, geralmente passavam de uma a sete horas online por dia.
Os dados do levantamento nacional foram recolhidos por meio de uma pesquisa online, respondida por cerca de 400 adolescentes de diversos estados, e de grupos focais de discussão, que contaram com a participação de mais de 40 meninas, de escola pública e privada, residentes nas cidades de São Paulo e Santo André. “O estudo retrata realidades de meninas em situações culturais e econômicas muito diferentes. Isso nos permite pensar em soluções que podem diferir de acordo com o território e região pesquisada”, apontou Luiz Rossi, gestor da CPP Brasil.
A publicação traz ainda uma série de recomendações, dirigidas ao governo, empresas, sociedade, famílias e às próprias internautas, para aumentar a segurança das adolescentes no ambiente online. “As famílias, principalmente os pais, podem contribuir muito para diminuir a exposição das adolescentes. Em muitos casos, aliás, é preciso primeiro promover a inclusão digital dos pais, para que esses se familiarizem com as ferramentas online e possam acompanhar mais de perto a navegação dos filhos”, afirmou Rossi. Além do envolvimento da família, o relatório aponta a necessidade do engajamento dos atores locais, estaduais e nacionais para defesa e implementação das leis do setor e de novas pesquisas focadas na relação das meninas com as TICs.
O relatório faz parte da campanha internacional da Plan “Because I am a Girl” ("Porque Sou uma Menina"), que anualmente publica relatórios sobre a situação das meninas em diferentes ambientes e regiões do mundo. Veja o documento completo (em inglês) em
www.plan.org.br/publicacoes/download/fronteiras_digitais_urbanas_meninas_ambiente_transformacao_EN.pdf , e o resumo da publicação em português em www.plan.org.br/publicacoes/download/porque_sou_menina_situacao_mundial_2010_resumo.pdf

Fonte: Portal Pró menino

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